sexta-feira, 20 de maio de 2011

Depoimento da Professora Amanda Gurgel

Fabuloso depoimento da Professora. Amanda Gurgel sobre a Educação no estado do Rio Grande do Norte. Acredito que a fala da professora não se trata de uma fala que se limita ao estado do RN, mas um desabafo dos professores de todos os estados brasileiros. Uma ótima exposição sobre a responsabilidade da educação e a defesa dos direitos dos professores.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sou Negro!

Interessante como o racismo ainda está implícito na mente das pessoas, mesmo aquelas que são mais próximas. Em pleno século XXI. Uma foto de perfil que publiquei gerou alguns comentários desnecessários (lê-se racistas!).

Qual o problema desta imagem? Alguns dizem: É feia! Por que é feia? Por que apresenta um jovem negro com cabelo black-power? Ah sim! A imagem de um jovem negro com o cabelo black-power é a imagem de um bandido! De um deliquente! Não é isso? Então por que é feia? (Como se cabelo em gel, terno e gravata fossem característica de alguém eticamente correto). Utilizando o verbete bíblico: "Ninguém se engane!", os piores deliquentes podem estar trajados com cabelos pentiados para traz, ou ajeitados com gel, terno e gravata. Cuidado!

Não vejo motivo algum de "feiura" nesta foto. Para mim, esta foto é uma representação evidente da cultura negra da década de 60. Em 1960 muitos estavam dançando e curtindo o som do Rock 'n' Roll nascido 10 anos antes (década de 50) influenciado pelos gêneros musicais afroamericanos. Estava em alta também o som do Blues, e o Jazz, que também possuiam grande influência das comunidades negras de New Orleans.

Entre 1950 e 1960 nascia o Soul, entre os negros como uma mistura do R&B (Rithym and Blus) e o Gospel das igrejas tradicionais das comundiades negras. Quem nunca ouviu falar do Jackson Five (Michael Jackson e seus irmãos), James Brown, Aretha Franklin, Earth Wind & Fire e muitos outros!? E o famoso estilo Disco, interpretado famosamente com a dança do John Travolta? Como queria ter nascido nessa época! Com absoluta certeza usaria um cabelo black-power!


Não há nada de feio em minha foto. O que há em minha foto é um reflexo de uma cultura que marcou a história. Uma cultura onde a música foi, é e sempre será um diferencial. Uma cultura dançante, uma cultura com swing. A cultura negra. Fomos escravizados e tratados como objetos no passado. Mas hoje nossa cultura brasileira está marcada pelo swing negro. Os estilos musicais mais ricos nasceram de influência negra.


Não há nada de feio em minha foto. Minha foto reflete quem eu sou. Reflete minha raça, a qual me faz declarar com muito orgulho: SOU NEGRO!


[Não] é proibido proibir - Talmidim


 

O discipulado a luz da Bíblia

O discipulado a luz da Bíblia, não consiste em uma catequese sobre doutrina. Mas no ensino prático sobre a vida cristã.

Não nossos passos. Passos de Cristo

Discipulado não é levar outros a seguirem nossos passos. Discipulado é levar outros a seguirem os passos de Cristo.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Basta um gesto

Basta um gesto.

Não é preciso mil palavras para expressar simpatia.

Muito menos fingir chôro para demonstrar empatia.

Basta um gesto.

Um simples gesto é capaz!

Capaz de espantar a angústia

Capaz de afastar o medo

Capaz de gerar esperança

De despertar fé!

Basta um gesto.

Um simples gesto...

Como por exemplo, o de redimir-se com um copo de café!

Leonardo Felicissimo

terça-feira, 10 de maio de 2011

A Economia do Reino

EconomiaNinguém quer ser pobre, mas há de empobrecer para fazer-se participante das riquezas do reino de Deus. Nosso tempo grita em alto e bom som: Seja rico! Os amigos, as propagandas, os jornais, as igrejas nos dizem em corô: Seja rico! Busque ter tudo o que lhe pode fazer feliz, consuma, deseje ter mais do que pode comprar.

Nosso tempo é marcado pela capacidade particular de passear entre as classes sem necessariamente ter nascido em qualquer uma delas. Explico. Durante certo tempo das história, só era nobre quem nascia entre a nobreza. Com o passar do tempo, era nobre quem adquiria terras. Hoje, é nobre quem está no topo da escala de consumo!

Todos compomos uma nova classe, somos os chamados consumidores, queremos mais, desejamos as novidades. O mercado competitivo apresenta bimestralmente novos itens para consumo, e nós não podemos nos conformar com o mesmo, queremos mais, sempre mais.

É no querer mais que iniciamos nossa tentativa de construir uma ponte entre o que Jesus diz e o que nosso mercado diz. Na economia humana queremos subir mais, alcançar mais, ser mais, enriquecer mais do produto do mercado. Da tecnologia que nos é apresentada, das posses, dos carros, do que nos dá status, poder, prestígio.

Na economia de Deus queremos subir mais, alcançar mais, ser mais, enriquecer mais do que alimenta nosso espírito. Não queremos satisfazer o desejo de status do corpo, mas satisfazer uma necessidade do espírito. Digo status do corpo porque o que busco satisfazer me parece mais um insignificante momento de prazer. O prazer de ter sem precisar. Digo necessidade do espírito porque satisfaço uma necessidade do ser, que encontra somente Deus o que lhe completa, o que é parte de si.

É como um quebra-cabeça de muitas peças espalhadas pelo chão. Uma a uma colocadas em seu lugar, encaixada a outras peças, vão se conectando e dando forma a um belo quadro final. Deixe faltar uma peça, e o quadro se tornará imperfeito, incompleto, sem graça.

Agora, lemos no evangelho de Mateus, Jesus apresentando-nos o quadro da verdadeira felicidade: Felizes são aqueles que percebem que precisam de uma última peça para tornar-se um quadro completo, perfeito. Vejo-o me chamando a perceber em mim mesmo a falta de uma peça essencial, de uma engrenagem que faz funcionar o relógio, de um pixel que completa a imagem (desculpe, não contive minha NERDice). Vou explicar. Pixel é o menor elemento num dispositivo de exibição, ao qual é possivel atribuir-se uma cor. É do conjunto de milhares de pixels que nasce uma imagem de TV ou Monitor de computador por exemplo. Ou seja, um ponto minúsculo que não pode faltar para a criação de uma imagem perfeita e nítida.

Em outras palavras, podemos ouvir Jesus dizendo que felizes são os que precisam dEle. Felizes são os que veem nEle a peça que completa sua existência. O reino de Deus pertence à esses. É em sua necessidade que encontram riqueza. É no empobrecer do espírito que se encontra as riquezas do reino de Deus.

Obviamente que para um entendimento mais apurado do texto, seria interessante uma trabalho mais apurado de interpretação da expressão grega: makárioi hói ptochòi tô pnéumati” (Abençoados os pobres [em, no, ao, para] o espírito). Contudo, tratando-se de uma reflexão, ficamos com a tradução mais utilizada por alguns exegetas como Matthew Henry, Calvino e Daniel Wallace que compreenderam as palavras de Mateus como “pobres em espírito” como uma alusão ao reconhecimento da necessidade de Deus. O que a maioria de comentaristas divergem entre si, é a respeito da motivação desse esvaziamento. Enquanto alguns como Henry defendem uma idéia de santificação (humildes em espírito), Calvino interpreta que tratam-se de pobres em espírito, aqueles que passam por adversidades e se submetem a Deus como meio de encontrarem abrigo e proteção. 

Nos textos dos comentaristas temos a mesma idéia: Pobres em espírito, pessoas que precisam de Deus. Daniel Wallace concorda ao interpretar o texto grego como espiritualmente pobres. Uma compreensão real de que a riqueza do reino de Deus é Cristo, que preenche a alma com Sua Graça e virtude. Vale citar as belas palavras de Matthew Henry: "Essa pobreza de espírito é uma disposição de alma graciosa, pela qual somos esvaziados de nós mesmos, a fim de sermos cheios de Jesus Cristo"

Ser pobre de espírito é reconhecer Jesus Cristo como peça essencial no tabuleiro de quebra-cabeças da vida. Não é tê-lo como uma muleta pra viver melhor, é tê-lo uma realidade sem a qual a vida não tem o menor sentido. E não pensemos que não há benefícios em adotar este padrão de vida. O lucro deste investimento é: "porque deles é o reino dos céus". Que belo paradoxo! Os que se fazem empobrecidos são contemplados com um reino, o reino de Deus. Parafraseando Mateus: "Felizes são os espiritualmente pobres, porque terão um reino para si. O reino dos céus". A economia do reino de Deus não segue o fluxo de nossa economia humana, não saímos de um estado de riqueza para um estado de riqueza maior. É necessário que todos desçam a um estado de pobreza, pobreza de espírito. Em outras palavras, é no estado de pobreza de espírito que somos reconhecidos como ricos. 

Essa palavra pobreza não soa muito bem para nossos ouvidos capitalistas. Parece um texto "miserável". Mas quando o inserimos no contexto de Cristo ser pobre em espírito soa muito bem. Soa como cidadãos do reino de Deus. Nossa necessidade de Cristo, de Suas palavras, de Sua vida nos faz alcançar um status e prestígio grandioso como dignos do reino dos céus. Se nosso riqueza se resume a uma felicidade temporária, passaremos toda a nossa vida buscando consumir mais e mais aqui na terra. Contudo, se nossa riqueza se resume a uma felicidade eterna então desejemos mais e mais de Cristo, como pobres em espírito, ansiando por aqui que ele nos promete, vida em abundância: "[...] eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância." (Jo. 10.10b).

Sem dúvida não há maior lucro do que esse. E Esta é a economia do reino: Tonar-se pobre em espírito para apropriar-se da riqueza do reino dos céus: Vida em abundância.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Eu e o Lápis

Um instrumento para comunicar palavras. Um instrumento na mão de um grande poeta, um sábio mestre, um criador. Instrumento do Grande Artista para comunicar sua arte.
Não sou instrumento perfeito, minha ponta se quebra com facilidade. As vezes risco forte, outras vezes sou fraco demais. Não posso agir por mim mesmo, sou completamente dependente de quem a mim usa.
Sou do tempo, tenho temporalidade. Não vou durar para sempre. Tive um começou, tenho um fim.
Quando minha ponta se quebra sou cuidado com carinho, sou apontado, renovado. Ser apontado é um processo doloroso, me comprime, me encurta. Mas me faz pronto pra fazer mais, escrever mais, rabiscar mais.
Não sou único! Não quero e não posso pensar assim. Sou apenas um dos demais instrumentos do Artista. Preciso de meus companheiros e junto deles damos vida à arte: O papel, a borracha, a caneta, as tintas.
Assim sou eu: Um instrumento, instrumento de Deus, que por vez ou outra precisa ser apontado. Escreve fraco, escreve forte. Sou do tempo, mas com a esperança de vida eterna. Não posso agir sozinho, não posso viver sozinho. Preciso de Deus, preciso do Artista para ser, para fazer. Preciso do Artista e dos outros, para apagarem meus maus riscos, para retocarem meus rabiscos, para colorirem meu desenho e dar o prestígio que merece o Grande Artista do Universo.
Leonardo Felicissimo

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. 
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. 
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. 
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. 
Deles não quero resposta, quero meu avesso. 
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. 
Para isso, só sendo louco.
 
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. 
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. 
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. 
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. 
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. 
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. 
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. 
Não quero amigos adultos nem chatos. 
Quero-os metade infância e outra metade velhice! 
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. 
Tenho amigos para saber quem eu sou. 
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Autor: Oscar Wilde

Essência de Deus

O mundo há de passar e toda profecia
Os dons, as línguas e tudo mais que existir
Porém como aquele que foi
Hoje é e pra sempre há de ser
O amor é a essência de Deus
E pra sempre também vai viver
Bondoso e sem rancor, fiel e consciente
Humilde e sofredor, espera tão somente
Justo e verdadeiro, tudo suporta e tudo crê
Tão puro e perfeito é o amor
Não busca interesse ou favor
Mistério, expressão, vida e luz do Senhor
Se eu pudesse saber destinos ou futuros
Fazer mover as montanhas com minha fé
Se eu pudesse falar qualquer língua
Em qualquer lugar
E desse os meus bens ao mais pobre
Ou morresse em favor de alguém
Se não tivesse amor, de nada valeria
Se não tivesse amor, proveito algum teria
Fria e sem razão a vida, então, passaria
Vazio seria o falar
Um sino que insiste a tocar
Se dentro de mim não valesse o amor

Autor: João Alexandre

terça-feira, 3 de maio de 2011

Lutero na Dieta de Worms

Dieta de Worms

“Portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus - Não aceito a autoridade de papas e concílios, pois eles contradizem-se uns aos outros - Minha consciência está cativa a Palavra de Deus, não posso retratar-me e não me retratarei, pois ir contra contra a consciência não é correto, nem seguro. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira ajudar-me. Amém."

Evolucionismo Teísta & Teísmo Aberto

Evolução

Por: Augustus Nicodemos

Eu nunca havia atentado para o fato de que o teísmo aberto oferece o tipo de deus que alguns evolucionistas teístas tanto precisavam para ser coerentes em sua teoria. A idéia me estalou nesta segunda, conversando com o cientistas cristãos do Discovery Institute em Seattle, que acabam de lançar um livro "God and Evolution" que promete ser uma das críticas mais pertinentes e sérias ao evolucionismo teísta.

Explico.

O evolucionismo teísta acredita que Deus existe e que "criou" a vida na terra através daquilo que a teoria evolucionista chama de processo não dirigido ou intencional, em que mutações acidentais e aleatórias levaram gradativamente à seleção natural e à sobrevivência das espécies mais aptas.

O grande problema aqui com esta teoria são as palavras "não dirigido," "aleatório" e "acidental". Este conceito é fundamental na teoria darwinista. Na verdade, é um de seus pilares. O conceito da evolução repousa neste princípio de que as mutações ocorreram de forma randômica, ao acaso. Como, então, integrar o conceito de mudanças aleatórias com a supervisão do Deus cristão, que é onisciente, onipresente e onipotente? Se Deus é onisciente, como poderia ter inventado um processo natural que se desenrolaria de maneira totalmente imprevisível, acidental e randômica, totalmente fora de seu controle ou conhecimento?

A solução é o deus do teísmo aberto. Esta "divindade," de acordo com os teólogos relacionais, desconhece o futuro e não sabe o que vai acontecer no universo nos próximos minutos. Ou seja, ela serve perfeitamente como o deus do evolucionismo teísta.

É isto que está sendo defendido em anos recentes por evolucionistas teistas. De acordo com os tais, "Deus" implantou no DNA o potencial para as mutações mas não tinha - e nem tem - a menor idéia em que tudo isto vai acabar. O processo evolucionário é autônomo e imprevisível a tal ponto que "Deus" desconhece seu produto final - se é que um dia ele haverá de terminar.

Bem, se é assim, os evolucionistas teístas deveriam mudar o nome para evolucionistas "deístas", uma vez que estes tais acreditam numa divindade remota que criou o mundo como um relógio, deu corda e simplesmente afastou-se. O deus do evolucionismo-deísta-aberto não tem a menor idéia onde tudo isto vai parar. Ainda sou mais Deus.

Fonte: Tempora, O Mores

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Igreja local: gente pra sofrer junto

Autor: Jeff Lacine

Em março de 2008 minha esposa quase perdeu sua vida dando à luz a nossa segunda filha. Ela estava sofrendo uma dor insuportável enquanto os médicos tentavam rapidamente parar a hemorragia. Quatro transfusões de sangue não foram o suficiente para recuperar os três litros e meio de sangue que ela perdia.

Levaram-na às pressas para uma cirurgia de emergência. Eu não tinha certeza se eu chegaria a vê-la novamente, deste lado da eternidade. Enquanto eu caminhava ansioso na sala de espera com minha criança recém-nascida eu vi meu pastor entrando pela porta. Ele viajou bem mais de uma hora para me abraçar na minha dor, para orar por mim e ler uma passagem das Escrituras para mim. Outro amigo nosso veio e orou a noite toda. Dúzias de pessoas da igreja nos visitaram e nos trouxeram refeições.

Algumas semanas depois minha esposa teve uma perda de sangue pós-parto e precisou de mais duas transfusões e outra cirurgia. Ela levou meses para se recuperar. Foi uma época extremamente difícil para nós, mas a igreja estava lá para sofrer conosco. Nós não estávamos sofrendo sozinhos.

Embora os cristãos sofram, na igreja local eles sofrem juntos. Foi desta forma que Deus projetou. Da mesma forma que Cristo entrou em um mundo de sofrimento e ministrou a nós, nós também devemos entrar no sofrimento uns dos outros.

Sofrer com um crente é uma experiência completamente diferente de sofrer com um incrédulo. Crentes servem para nos lembrar da imutável esperança firmada na fidelidade de Jesus Cristo. Cristãos podem dividir profundamente a dor uns com os outros de uma forma que isso venha a nutrir uma imensa esperança.

Dê-se à igreja local para sofrer com aqueles que estão sofrendo, e permita que outros venham ficar ao seu lado em seu sofrimento.

Traduzido por Daniel TC | iPródigo